
9 julho, 2025
Mix de plantas de cobertura
O mix de plantas de cobertura é uma opção para épocas de entre safra, gerando melhorias nos atributos químicos, físicos e biológicos no solo.
Mix de cobertura
O mix de plantas de cobertura é a combinação de mais de uma espécie vegetal em uma mesma área no período de entressafra ou preparação de áreas de abertura. Apesar de não ter um interesse econômico ou um retorno imediato do investimento, o mix de cobertura é um investimento que está ao alcance dos produtores. Os benefícios vão muito além do financeiro, pois traz resiliência, diversidade e proteção para os sistemas agrícolas.
Existem muitas opções de mix no mercado de sementes. Variedades com duas até 5 ou 6 espécies. Geralmente são diversificadas em gramíneas, leguminosas e crucíferas. As misturas vão depender da região, clima, objetivo e disponibilidade das sementes.
Por exemplo, na região Sul do Brasil, uma opção de mix é composto por: aveia, trigo mourisco, ervilhaca, nabo forrageiro e milheto. Já nas regiões acima, temos um mix de crotalária com Brachiaria.
As gramíneas como a aveia e a Brachiaria tem como função reciclar nutrientes e formar o colchão de palha. As leguminosas, como a crotalária e o trevo influenciam positivamente o sistema fixando nitrogênio e as crucíferas, como o nabo, auxiliam na descompactação.
Gramíneas | Sistema radicular robusto que capta nutrientes em camadas mais profundas e os de leva para superfície, bem como cobertura vegetal abundante para proteção do solo; |
Leguminosas | FBN - convertem o nitrogênio atmosférico em formas assimiláveis, promovendo um estoque eficiente e reduzindo custos com adubação nitrogenada |
Crucíferas | Raízes robustas, favorecendo a descompactação do solo, criação de macro poros e ciclagem de enxofre |
Mas afinal, qual a importância, as vantagens, os benefícios e até os problemas em utilizarmos um mix de cobertura? Como isso influencia a química, a física e a biologia do solo?
Química do solo
- Ciclagem de nutrientes: variedades diferentes tem demandas nutricionais diferentes, logo, uma diversidade de espécies irá ciclar nutrientes diferentes, retornando-os para o sistema e disponibilizando-os para as próximas culturas;
- Melhora da CTC: com o aumento da matéria orgânica, a CTC é melhorada, aumentando a retenção de nutrientes essenciais como cálcio, magnésio e potássio;
- Liberação gradual de nutrientes: à medida que as plantas vão se decompondo, ocorre a liberação dos nutrientes, através da mineralização;
- Redução da lixiviação: a diversidade de raízes impede que os nutrientes sejam perdidos por lixiviação, mantendo a fertilidade do solo;
Física do solo
- Palhada: a formação do colchão de palha protege o solo da erosão, controla a temperatura, evita o escorrimento do solo e auxilia o plantio direto;
- Descompactação: raízes profundas e bem estruturadas auxiliam para descompactar o solo;
- Formação de bioporos: macro e micro poros são formados, aumentando a oxigenação e areação do sistema e, também, criando canais de escoamento de água;
- Infiltração e retenção de água: os canais criados pelas raízes faz com que a infiltração e a retenção de água sejam maiores, auxiliando o solo em períodos de seca e até de muita chuva, pois a água irá infiltrar e não criará poças e escorrimento de solo;
- Estruturação: As raízes das diferentes espécies promovem a formação de agregados estáveis, melhorando a estrutura do solo;
Biologia do solo
- Incremento da matéria orgânica: a decomposição do material vegetal irá promover aumento da matéria orgânica;
- Carbono: o incremento da biodiversidade irá aumentar a taxa de carbono no solo, beneficiando o sistema e auxiliando na diminuição do efeito estufa;
- Biodiversidade: diferentes plantas beneficiam diferentes microrganismos que são fundamentais para os processos biológicos do solo;
- Supressão de patógenos: os microrganismos benéficos competem com os patogênicos, suprimindo-os, fazendo um controle biológico natural, reduzindo fungos, bactérias e nematoides nocivos as plantas;

Por mais que um mix de cobertura apresente inúmeros benefícios, é preciso certa atenção na hora da escolha. Algumas plantas podem servir de hospedeiro para patógenos, como o caso do nabo forrageiro e do mofo branco na soja. Algumas plantas, se mal manejadas, podem se tornar daninhas, baixando a produtividade da cultura principal.
No mix, a diferença de tempo de crescimento entre as espécies pode influenciar no estabelecimento das plantas. Sendo assim, é necessário um planejamento para que a escolha do mix traga benefícios, resiliência e produtividade.
Os mix devem ser tratados com zelo. Práticas como correção, adubação e demais tratos culturais devem ser incorporados ao manejo. Um aporte nutricional, com produtos que estimulem o crescimento de raízes como os óxidos de cálcio e magnésio, são uma opção viável, pois a correção do solo e a disponibilidade imediata, estimula o desenvolvimento vegetal.
Quanto mais raízes e parte aérea tivermos, mais benefícios teremos. A Ferticorreção traz esse olhar sistêmico, pois essa é uma opção que melhora, praticamente, todos atributos do solo. As plantas que melhor se encaixam, o manejo adotado, tratos culturais e demais cuidados devem ser de acordo com a realidade de cada fazenda. Diferentes realidades, diferentes manejos.
Tornar o solo mais resiliente é a garantia de estendermos a produtividade ao longo dos anos. Afinal, esse é legado que deixaremos para o futuro.
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